As Fazendas de Itupeva e a Estrada de Ferro
As Fazendas de Itupeva e a Estrada de Ferro
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Por quase um século, o café motivou o surgimento de cidades e a construção de ferrovias no interior de São Paulo para facilitar o transporte da produção. Isso também impulsionou o comércio internacional. Não é à toa que o Brasil é hoje o maior produtor e exportador do grão. 

Diversas fazendas em Itupeva eram produtoras de café, como Fazenda Sertão, Fazenda Monte Serrat, Fazenda Quilombo, Fazenda São Luis, Fazenda São João, Fazenda Morro Alto, Fazenda Santa Maria da Posse, Fazenda Sampaio,  Fazenda Santa Maria, Fazenda Engenho Deitado, Fazenda São Simão, Fazenda Santa Tereza do Alto (Tarsila do Amaral), Fazenda Calixto, São João da Via Sacra (onde atualmente é o Centro de Itupeva), por muitos anos a Estação serviu como sede da Prefeitura Municipal,  entre outras.

É praticamente impossível escrever sobre as antigas fazendas produtoras de café, sem falar da estrada de ferro.

A arquitetura, decoração, os espaços de produção e transformação do café, e a maneira de vida das famílias proprietárias e dos trabalhadores compõem diferentes formas de leitura sobre a história do café, do Estado e do País.

A história de Itupeva está totalmente interligada à Jundiaí, por se tratar na época de um bairro pertencente a cidade.

Por quase um século, o café motivou o surgimento de cidades e a construção de ferrovias no interior de São Paulo para facilitar o transporte da produção. Isso também impulsionou o comércio internacional. Não é à toa que o Brasil é hoje o maior produtor e exportador do grão. Esse status foi forjado em ferro em meados de 1860, quando o Estado de São Paulo ganhou o projeto audacioso de construir uma ferrovia para levar o café da Alta Mogiana ao Porto de Santos. O trecho de 800 metros de altitude e oito quilômetros de extensão da Serra do Mar era considerado impraticável. Mas, com a ajuda do engenheiro ferroviário britânico James Brunlees, especialista no assunto, o projeto se concretizou. Idealizada pelo empresário gaúcho Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, a estrada de ferro, que ficou conhecida como São Paulo Railway, foi a primeira a ligar o município de Jundiaí ao de Santos. A ferrovia entrou em operação em 16 de fevereiro de 1867. Com 246 quilômetros, o marco zero ficou em Santos, mais precisamente no bairro de Valongo, no centro da cidade.

Diversas fazendas em Itupeva eram produtoras de café, como Fazenda Sertão, Fazenda Monte Serrat, Fazenda Quilombo, Fazenda São Luis, Fazenda São João, Fazenda Morro Alto, Fazenda Santa Maria da Posse, Fazenda Sampaio,  Fazenda Santa Maria, Fazenda Engenho Deitado, Fazenda São Simão, Fazenda Santa Tereza do Alto (Tarsila do Amaral), Fazenda Calixto, São João da Via Sacra (onde atualmente é o Centro de Itupeva), por muitos anos a Estação serviu como sede da Prefeitura Municipal,  entre outras.

E para escoar o Café,  3 estações pertenciam a Cidade a Estação Monte Serrat, Estação Quilombo e a Estação Itupeva que passo a descrever conforme o site: http://www.estacoesferroviarias.com.br/

HISTORICOS DAS LINHAS: O ramal de Jundiaí era um dos trechos de linha mais antigos do Estado, construído para ser a linha-tronco da Cia. Ituana, que seguia de Jundiaí a Itu, tendo inclusive, a curiosa bitola de 96 cm. A anexação da Ituana pela Sorocabana em 1892 alterou todo a história. O trecho foi prolongado até Mairinque, a bitola foi ampliada para 1 metro e o trecho entre Mairinque e Francisco Quirino foi prolongado até Campinas, dando origem ao ramal de Campinas. O trecho entre Francisco Quirino e Jundiaí passou a ser conhecido como ramal de Jundiaí, embora o nome da agora inexistente Ituana perdurasse até a formação da Fepasa. O ramal foi suprimido em 20 de fevereiro de 1970, e os trilhos, retirados. O trecho dentro de Jundiaí passava onde hoje está a avenida União dos Ferroviários, ao lado dos antigos escritórios e oficinas da Cia. Paulista.

A ESTAÇÃO: A fazenda de Nossa Senhora do Monte Serrate foi inaugurada por volta de 1800 por Francisco de Paula Leite de Barros (1767-1829). Em suas terras foi aberta a estação de MonteSerrate (ou Montserrat) em 1889. A data de 1873 como o de inauguração da estação é equivocada (no Guia Geral das Estradas de Ferro de 1960) Os relatórios da Ytuana indicam claramente o fato como sendo 1889. Um horário de trens da Ytuana publicado em 3 de abril de 1873 no jornal Correio Paulistano não mostra no itinerário esta estação. 

A estação parece ter sido aberta como resultado de um acordo entre os fazendeiros da região e os diretores da Ytuana como mostra o artigo publicado no jornal A Provincia de S. Paulo, em 21 de agosto de 1884.

"O Dr. Luiz Carlos Berrini (então dono da fazenda, desde 1911) fez construir na Fazenda Monte Serrate um sistema de captação de água de nascente, que era levada a um reservatório construído sobre uma pedra no alto de um morro distante cerca de dois quilômetros, de onde descia por gravidade com grande força, abastecendo a sede, as casas dos empregados e casas da estação da estrada de ferro. Esse sistema existe ainda hoje. Existia também uma rede elétrica que distribuía energia a todas as partes da fazenda, essa energia essa fornecida pela usina da Empresa de Força e Luz de Jundiaí, situada bem próxima à casa sede da fazenda. Essa usina existe ainda hoje, desativada".

"Vicente Tonolli nasceu em Castellucchio, Mantua, Itália em 1872 e aos 26 anos de idade emigrou para o Brasil, chegando no final de 1898, junto com três irmãos e estabelecendo-se todos em Itupeva onde, junto à estação da estrada de ferro da Companhia Ituana, montaram casa e armazém. Vicente comprou em 1917 o seu próprio armazém na estação de Monte Serrate e dois anos depois comprou também a Fazenda Monte Serrate. Era então propriedade de Theodomiro de Almeida Prado e de Luiz Carlos Berrini e estava situada numa faixa comprida e estreita margeando cerca de 8 quilômetros o lado esquerdo do rio Jundiaí, junto aos trilhos da estrada de ferro. Contava com inúmeras benfeitorias tais como sede, senzalas, três alqueires de pomar, 25.000 m2 de terreiro de café, estufa, tulha, linha férrea particular [Decauville], onde corriam as vagonetas de café do terreiro até o local de embarque" (www.geocities.com /RainForest/9468/serrate.htm#Francisco).

Entre esta estação e a seguinte, Quilombo, existiam duas usinas no rio Jundiaí, que alimentavam a fazenda Ermida. A maior delas possuía duas turbinas, mas elas, em 1981, já estavam abandonadas.

O trecho do ramal que corria ao longo do rio Jundiaí era muito bonito, até Itaici, havendo várias cachoeiras que podiam ser vistas do trem.  Daí a origem do nome da Cidade Itupeva, que significa Cascata Pequena. Era, também, uma das linhas mais antigas de São Paulo, aberta em 1873 pela Ytuana.

Em fevereiro de 1970, a estação foi fechada, com o fim do ramal.

A ESTAÇÃO: A estação de Quilombo é uma das mais antigas da Ituana, aberta em 1873. Porém, o prédio - que provavelmente é o que ainda existe hoje - não havia sido ainda construído em 1880, sete anos depois da inauguração: segundo o relatório da Província, de 13 de janeiro de 1881, "resta ainda construir a estação de Quilombo (...)". Quando terá ocorrido isto efetivamente?

A estação foi desativada por volta de 1975, com o fim da ferrovia que ligava Itaici a Jundiaí, de acordo com moradores do local. Hoje, mantendo a placa de altitude e quilometragem, parte dela serve como escola e parte como igreja evangélica, situando-se à beira de uma estrada de terra que segue o antigo leito da ferrovia, no meio de um povoado de 4 a 5 casas apenas.

A ESTAÇÃO: Itupeva foi uma das primeiras estações da Ituana original, inaugurada em 1873, e é uma das estações mais antigas do Estado. Na época, era a primeira parada depois que o trem partia de Jundiaí. A linha acompanhava o rio Jundiaí desde o início, mas devido ao solo rochoso naquele ponto, foi feito um desvio que, naquele ponto, se afastou dele, exatamente onde foi construída a estação: em terras da então fazenda São João da Via Sacra, grande produtora de café. O povoado se formou em volta dela e deu origem ao distrito, mais tarde município de Itupeva (fonte: Memórias de Itupeva, de Rogério Eduardo Pansonato). Mais tarde, foram construídas outras duas estações entre ela e Jundiaí, Cesário Mota e Ermida. O prédio da estação serve hoje como museu, administrado pela Prefeitura Municipal de Itupeva. Em frente a ela, o bonito prédio da Guarda Civil Municipal, muito bem conservado externamente, é parte da antiga vila ferroviária. Em fevereiro de 1970, a estação foi fechada, com o fim do ramal.

Elis Salles - Jundiaí - Itupeva
A palavra que me representa bem é empreendedora, atualmente estou administrando o Espaço Comercial Villa Medeiros com Salas Comerciais e Coworking e investindo no Refúgios no Interior de SP. Algumas atividades agregam minha trajetória profissional como empresária no mercado imobiliário durante 15 anos (2005-2020), Corretora de Imóveis (Creci f-68203), Avaliadora de Imóveis (Cnai 22634), escritora e consultora imobiliária.

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