Porque Ocorrem Acidentes Em Trilhas?
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O que percebo, ainda nos dias de hoje, é que o principal motivo é a desinformação por parte dos trilheiros que julgam-se sabedores da razão, dominadores das técnicas, como também repulsivos às leis ambientais e regras de segurança.

Durante muitos anos, quando estive no comando de uma Equipe de Bombeiros e Socorristas na Serra do Mar ( Paranpiacaba), lugar em que estivemos caminhando e auxiliando muitos turistas perdidos feridos e às vezes até mortos, compreendemos porque tantos acidentes ocorrem nesta região e em outras regiões de mata nativa e montanha.
 
São diversos os fatores que promovem, ainda hoje, os muitos episódios de incidentes graves na mata. Alguns, verdadeiras tragédias.
 
O que percebo, ainda nos dias de hoje, é que o principal motivo é a desinformação por parte dos trilheiros que julgam-se sabedores da razão, dominadores das técnicas, como também repulsivos às leis ambientais e regras de segurança. Outro fator predominante é evitar de todas as formas, profissionais intentos ao auxílio presencial, senão apenas orientá-los remotamente.
 
A exemplo disto é comum vermos:
• Garotos e garotas vestindo shorts, extremamente curtos ou mesmo bermudas em trilhas que necessitam o uso de roupas e calçados mais seguros;
• Turistas calçando chinelos, sandálias, tênis com solas lisas e em muitas vezes surpreendemo-nos ao ver grupos calçando sapatos sociais e de salto alto (parece piada, mas ja vi sim)
• Excesso de confiança em locais de alto risco (saltos do alto de cabeceiras, aproximação à bordas de precipícios, etc), achando que são imortais e afirmando "isso nunca vai acontecer comigo".
• A ausência de equipamentos básicos de segurança e esportivos como mochilas adequadas, lanternas, reserva de água e comida e o acompanhamento de, senão um Guia CADASTUR, alguém que realmente conheça a rota, esteja equipado e seja experiente;
• Para piorar, a ingestão desmedida de bebidas alcoólicas e o uso abusivo de substâncias tóxicas, também tem sido fatores que levam muitos desses "aventureiros" à perda de suas vidas .
Alem desses fatores que contribuem para o aumento da probabilidade de acidentes, existem os fatores ambientais da região.
A utilização demasiada de certas trilhas, desgasta o solo deixando-o escorregadio e propício para quedas graves com possibilidades de graves fraturas e ferimentos graves ;
• Negligência e desconhecimento de fatores meteorológicos;
• Acúmulo de lixo na região gera o surgimento de ratos e assim, sucessivamente o surgimento de cobras, possibilitando ou aumento de acidentes com ofídios.
 
Existe uma série de outros fatores que causam tais incidentes. E quando eles acontecem ninguém sabe ao certo o que fazer e então surge o pânico e daí para frente, incidentes secundários virão a ocorrer.
 
Em muitas vezes, não se morre no primeiro incidente, mas naqueles subsequentes em que o estado de pânico foi instalado.
Nas situações de emergência na mata, quando uma ou duas pessoas morrem, o grupo todo acaba sofrendo, não só traumas físicos leves, mas também o trauma psicológico e emocional o qual é muito mais difícil de ser tratado.
 
È preciso entender que caminhar em uma trilha, parque nacional ou estadual, não é como caminhar em casa, onde os riscos são conhecidos e em alguns casos até previsíveis.
OS INICIANTES DE AVENTURAS ( E ALGUNS QUE SE ACHAM EXPERIENTES), PRECISAM APRENDER A RESPEITAR A NATUREZA, OS LIMITES DE SEGURANÇA, COMO TAMBÉM ENTENDER QUE SOMOS SIM MORTAIS E MUITO MAIS FRÁGEIS QUE AQUELE INSIGNIFICANTE BESOURO QUE VOA TRANQUILAMENTE ENTRE AS PLANTAS DE NOSSO JARDIM.
Alex Lima ( Diretor de Operações da Agência de Turismo Papa Capim Trekking & Aventuras / Guia de Turismo CADASTUR, Socorrista Eco-adventure / Bombeiro Civil Florestal )

Elis Salles - Jundiaí - Itupeva
A palavra que me representa bem é empreendedora, atualmente estou administrando o Espaço Comercial Villa Medeiros com Salas Comerciais e Coworking e investindo no Refúgios no Interior de SP. Algumas atividades agregam minha trajetória profissional como empresária no mercado imobiliário durante 15 anos (2005-2020), Corretora de Imóveis (Creci f-68203), Avaliadora de Imóveis (Cnai 22634), escritora e consultora imobiliária.

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