A chegada do golfe ao Brasil ocorreu de forma curiosa. No final do século XIX, engenheiros ingleses e escoceses que construíam a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, a São Paulo Railway, convenceram monges beneditinos a ceder parte do terreno do Mosteiro de São Bento para a construção do primeiro campo de golfe do país, na região atualmente situada entre a Estação da Luz e o rio Tietê.
A expansão da cidade de São Paulo em direção ao rio obrigou a transferência do campo, em 1901, para um local próximo à confluência das avenidas Paulista e Brigadeiro Luiz Antônio, local este, até hoje, denominado "Morro dos Ingleses", devido aos tais "ingleses" que jogavam seu golfe ali. Fundou-se então o "São Paulo Country Club", que teve o primeiro campeonato interno vencido por J. M. Stuart, em 1903. Depois de nova transferência para o Jabaquara, o campo foi estabelecido definitivamente em 1915 num terreno cedido pela Light, na região de Santo Amaro, com o nome de São Paulo Golf Club. No mesmo ano surgiram mais dois campos, o Santana do Livramento Golf Club, no Rio Grande do Sul, e outro na cidade de São Vicente, no litoral de São Paulo, num terreno que foi entregue a Henrique Lisboa Wright para saldar uma dívida, posteriormente transformado num campo de nove buracos. Wright é avô de Jesse Rinehart Jr., que anos mais tarde seria um dos fundadores e primeiro presidente da Confederação Brasileira de Golfe.
No Rio de Janeiro, na década de vinte, nasce o Gavea Golf & Country Club, encravado entre o mar e as montanhas, um dos campos mais bonitos do mundo. Na década de 30, o Itanhangá, cujo percurso atual em nada lembra o trajeto plano e fácil construído por aduladores para facilitar o jogo do presidente Getúlio Vargas, que não tinha bom desempenho no difícil campo do Gávea. Na mesma época foram construídos o Porto Alegre Country Club, no Rio Grande do Sul, e o Graciosa Country Club, no Paraná. Em 1939, surgia um garoto de Santana do Livramento, com conquistas que marcariam para sempre a história do esporte no Brasil – Mário Gonzalez.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Golfe_do_Brasil
Conheça 10 dos melhores campos de golfe do Brasil
Em 2016, o golfe volta a ser esporte olímpico, após mais de 100 anos fora da competição. No Brasil, apesar de ainda ter poucos praticantes, estimados em cerca de 25 mil, a estrutura dos campos próprios para o esporte é boa. Entre os mais de 100 lugares, alguns são dignos de destaque, em diferentes estados do país. Para saber quais são as melhores opções para a prática amadora do golfe,a Revista Exame com entrou em contato com os especialistas no assunto Antônio Carlos Padula, empresário e presidente da Federação Paulista de Golfe, Álvaro Almeida, empresário e ex-presidente da Confederação Brasileira de Golfe e da Federação Paulista de Golfe, e Marco Frenette, diretor editorial da revista Golf CBG Life e escritor de golfe. Com base em suas experiências e em critérios que giram em torno da dificuldade e desafio para os jogadores, da beleza do entorno e da estrutura para os frequentadores, eles indicaram as opções que mais chamam sua atenção. A seguir, você confere 10 delas, que podem até não formar uma lista definitiva, mas, sem dúvidas, não deixam nada a desejar.
Marco Frenette e Antônio Padula consideram o campo Búzios Golf Club, situado em Búzios, no Rio de Janeiro, um dos melhores do Brasil. Os motivos principais são a beleza do lugar e os desafios que apresenta para o jogador, com seus 18 buracos. “Foi recentemente revitalizado e ganhou um moderno sistema de irrigação que vem transformando o campo”, afirma Padula.
2. Damha Golf Club (São Carlos, São Paulo)
O Damha Golf Club, que fica em São Carlos, interior de São Paulo, é uma unanimidade entre os especialistas. Situado dentro de um condomínio, ele é aberto para pessoas que não são sócias e, de acordo com Álvaro Almeida, “é muito bem desenhado, com alto grau de sofisticação no paisagismo”. Para Padula, a manutenção é impecável e a área de treino é muito boa. Marco Frenette também não economiza elogios: “Excelente atendimento e uma das sedes mais belas e aconchegantes do país”.
Com um campo de 18 buracos e um mini-campo com 6, o São Paulo Golf Club, em São Paulo, é o clube de golfe mais antigo do Brasil e, por sua boa estrutura e sua tradição, ele é um dos indicados de Padula e Almeida. A prática de golfe no local é restrita a sócios e seus convidados, mas é possível assistir aos vários campeonatos nacionais e internacionais que acontecem por lá. Um desses torneios sediados pelo São Paulo Golf Club é o Brasil Champions, que, neste ano, acontece de 13 a 16 de março.
Outra unanimidade entre os entrevistados, o Terras de São José Golf Club tem uma estrutura que não fica atrás de campos de golfe estrangeiros. “Tem lindo desenho, fácil acesso, paisagismo totalmente consolidado e muitos lagos, que, além da beleza, criam um grau de dificuldade bastante acentuado”, afirma Álvaro Almeida. Tudo isso pode ser desfrutado pelo público geral, já que o campo fica dentro de um condomínio e qualquer pessoa pode jogar, sem o intermédio de sócios.
O Terravista Golf Course, de Trancoso, na Bahia, também foi indicado por Almeida, Padula e Frenette por sua estrutura e pela paisagem de cair o queixo. Projetado pelo arquiteto Dan Blankenship, o campo fica à beira-mar e parte dos buracos fica sobre as falésias, o que faz com que ele seja considerado um dos mais belos clubes do país. Além da beleza, ele ainda é bastante desafiador e fica ao lado do resort Club Med Village Trancoso.
6. Comandatuba Ocean Course (Ilha de Comandatuba, Bahia)
“Campo belíssimo, tomado por grandes áreas de areia, coqueirais e bromélias”, afirma Marco Frenette. Para ele e Álvaro Almeida, o Comandatuba Ocean Course, situado na Ilha de Comandatuba, na Bahia, merece destaque. Assim como o campo de Trancoso, o campo foi projetado pelo arquiteto Dan Blanckship e fica à beira-mar, o que deixa ambos lado a lado no quesito beleza. A unidade da ilha tem 18 buracos e é difícil, na opinião de Almeida.
Peculiar e desafiador. Essas são as duas qualidades atribuídas por Marco Frenette e Álvaro Almeida ao Vista Verde Golf Club, localizado em Araçariguama, São Paulo. O arquiteto é o mesmo dos campos de Trancoso e da Ilha de Comandatuba, o consagrado Dan Blanckship, mas este projeto é tido como o mais difícil de todos, segundo Álvaro Almeida. Para Frenette, a peculiaridade do desenho se deve às ondulações acentuadas do terreno.
Localizado em Itirapina, em São Paulo, o Broa Golf Resort é um dos favoritos de Antônio Padula. Para ele, o campo é um dos melhores de 9 buracos do país, apresentando uma sede aconchegante e pousada anexa. “Destaque para o buraco 8, que é em formato de ilha e bastante difícil”, afirma.
O campo Quinta da Baroneza, em Bragança, São Paulo, é outro destaque para Marco Frenette. Com 18 buracos, o lugar é bonito e difícil na medida certa. “Uma bem-sucedida mescla de traçado desafiador com uma boa manutenção e um discreto paisagismo que levam o jogador a se concentrar no jogo, embora o campo seja de grande beleza”, diz o especialista.
10. Fazenda da Grama Golf Club (Vinhedo/Itupeva, São Paulo)