Falamos muito em educação, mas vemos poucas mudanças no cenário que cada vez mais nos assusta pela inconsistência. Só nas últimas 24 horas vários artigos foram publicados no jornal a Folha de São Paulo, na revista Isto é e no Portal UOL. Buscamos novas formas de inventar o velho e observamos para nossa frustração que não saímos do lugar. A educação continua, em muitos casos, obsoleta e sem atrativos para a geração que nasce com o dedo no tablet e no smartphone.
Em Jundiaí, há quase 10 anos surgiu uma nova proposta de educação baseada na Pedagogia Waldorf que tem suas origens na Alemanha. Em 1919, o austríaco Rudolf Steiner fundou a primeira escola que levou o nome da fábrica de cigarros na qual encontrou espaço para existir. Foi em Stuttgart que a pedido dos proprietários da Waldorf-Astoria, Steiner deu vida a suas idéias. Inicialmente atendendo os filhos dos operários, e distinguindo-se desde o início por ideais e métodos pedagógicos até hoje revolucionários, ela cresceu continuamente, com interrupção durante a 2a. guerra mundial, e proibição no leste europeu até o fim dos regimes comunistas. Hoje conta com mais de 1.000 escolas no mundo inteiro (sem contar os jardins de infância Waldorf).
Na escola de Jundiaí que vai do jardim ao 4º ano do fundamental, e visa crescer mais um pouco a cada ano até quem sabe chegar ao ensino médio, os materiais de sala são os mais distantes possíveis de um livro didático ou de uma apostila. Rudolf Steiner, fundador da Pedagogia Waldorf, mostrou que o pensar vigoroso e a segurança do adulto vêm através do desenvolvimento físico integral na primeira infância. Por isso a matéria-prima no primeiro setênio é natural como argila, tinta de aquarela, novelos de lã, brinquedos de madeira, instrumentos simples de música, galhos e folhas de árvores, sementes... Depois que entram no ensino Fundamental as crianças seguem no mesmo ritmo, construindo seus próprios conhecimentos e registrando-os em seus cadernos, sem apostilas, com aulas de jardinagem, trabalhos manuais, arte, língua estrangeira, euritmia e mais as matérias que são exigência do currículo nacional porém administradas sem perder de vista as características da pedagogia.
Muitas das escolas Waldorf tem um caráter associativo, ou seja, não possuem proprietários. São os próprios pais que se organizam na gestão. A de Jundiaí não foge a regra, portanto a participação dos pais dos alunos é grande em todos os assuntos que envolvem a escola.
No próximo dia 16/06 as 12:00, a escola abre as portas para sua famosa festa junina. É uma boa oportunidade para conhecer a escola e sua proposta. Quem se interessa pelo tema, aproveite!
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