O despertar da colaboração
O despertar da colaboração
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Quando colocamos a mão na massa e o outro corresponde, percebemos o sentido de cada passo dado e o início de uma nova caminhada. Fica claro que o processo, no qual todos ganham, vale mais que o fim.

Quando colocamos a mão na massa e o outro corresponde, percebemos o sentido de cada passo dado e o início de uma nova caminhada. Fica claro que o processo, no qual todos ganham, vale mais que o fim

Nas próximas décadas a economia mundial será híbrida e um novo sistema colaborativo vai surgir para conviver com o mercado capitalista cada vez menos importante. Essa é a tese defendida pelo economista americano Jeremy Rifkin em seu último livro A Sociedade do Custo Marginal Zero: A Internet das Coisas, os Bens Comuns Colaborativos e o Eclipse do Capitalismo (M. Books). Para ele, essa transição será fruto do próprio dinamismo do sistema capitalista, que há séculos nos leva para a busca incessante por produtividade. Mas, segundo Rifkin, vai chegar um ponto no qual o custo marginal (aquele que representa a produção de uma unidade adicional de um produto ou serviço) será reduzido a praticamente zero.

Como resultado, “o lucro corporativo começa a secar, os direitos de propriedade perdem força e a noção convencional de escassez econômica dá lugar à possibilidade de abundância à medida que setores inteiros da economia ingressam na internet com custo marginal zero”, descreve. O raciocínio do autor pode trazer controvérsias, mas, se pensarmos nos atuais sites e aplicativos de compartilhamento de carros e casas, por exemplo, onde o acesso é mais relevante que a posse, ou nas plataformas de financiamento coletivo, é possível perceber que a colaboração já vem transformando o modo como vivemos e enxergamos as relações econômicas. Essa, aliás, é uma tendência confirmada por uma pesquisa recente feita em 60 países pela Nielsen Company, revelando que duas em cada três pessoas estão dispostas a compartilhar ou alugar algo seu. O consumo colaborativo, baseado na reinvenção de antigos comportamentos do comércio, se relaciona com a chamada Economia Criativa. Trata-se de modelos de negócios que desenvolvem produtos ou serviços a partir do conhecimento e do potencial individual e coletivo, que geram trabalho e renda e resultados sociais, ambientais e culturais. Na última década, essa atividade cresceu 69,8% por aqui – o que mostra também uma mudança na maneira de pensar, produzir, ensinar e também de aprender.

Movimento gera movimento
“Quando descobrimos e sentimos na pele a conexão com o todo, surge uma energia sublime, uma felicidade extrema.” Para Izabella Ceccato, algo de extraordinário já está acontecendo na nossa forma de conviver. “Mas, para mudar de verdade o mundo e deixá-lo mais ético, harmonioso e colaborativo, precisamos da ousadia de cada um de nós. E de construirmos, juntos, um novo caminho”, diz. Em 2013,ela deixou de lado a vida de executiva para fundar a Eco Rede Social, uma empresa que integra ideias e projetos de transformação social e ambiental através de atividades que inspiram e promovem a inovação e a colaboração entre as pessoas. No último ano, a rede ampliou sua força e lançou O Poder da Colaboração, evento gratuito que mostra histórias inspiradoras de pessoas que colocam em prática a vida em comunidade, na qual o trabalho coletivo é a base para impulsionar os sonhos de todos. Os vídeos com as apresentações ficam disponíveis nas redes sociais. A arquiteta Renata Minerbo Strengerowski foi uma das palestrantes. Em 2012, ela fundou o Acupuntura Urbana, um projeto que incentiva a ocupação e a transformação de locais públicos, como uma praça, a partir de ações das próprias pessoas que vão usufruir (e cuidar) daquele espaço no seu dia a dia. “O mundo está vivendo um momento em que todos querem se sentir úteis e descobrir seus propósitos – que podem ser encontrados na colaboração”, afirma Renata, que costuma envolver vários setores (comunidades, instituições, empresas e poder público) para repensar a atuação de cada um na sociedade. “O poder público já percebeu que, sozinho, não dá conta de deixar a cidade como a gente merece”, observa. Para ela, quando há pessoas nos espaços, há também realização. “Até hoje, não encontrei quem não queira o seu bairro um pouco melhor e que não faria algo para colaborar para o bem-estar de todos”, observa.

É difícil prever o futuro, mas uma coisa é certa: quer tornar real o seu sonho de transformar o mundo? Então encontre alguém que sonhe também. Alguém como Lucão, o poeta que só escreve sobre amor, mas diz que não escreve poesia; apenas coloca legendas na vida. “Um dia nossos sonhos vão ser tão reais que ao invés das mãos vamos nos dar as asas.”

 

Elis Salles - Jundiaí - Itupeva
A palavra que me representa bem é empreendedora, atualmente estou administrando o Espaço Comercial Villa Medeiros com Salas Comerciais e Coworking e investindo no Refúgios no Interior de SP. Algumas atividades agregam minha trajetória profissional como empresária no mercado imobiliário durante 15 anos (2005-2020), Corretora de Imóveis (Creci f-68203), Avaliadora de Imóveis (Cnai 22634), escritora e consultora imobiliária.

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