O Casarão
O Casarão
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Era assim que chamavam a antiga sede da Fazenda São João da Via Sacra, de propriedade de Napoleão Benedictis. Um dos maiores crimes cometidos em Itupeva foi a demolição do casarão.

Era assim que chamavam a antiga sede da Fazenda São João da Via Sacra, de propriedade de Napoleão Benedictis. Um dos maiores crimes cometidos em Itupeva foi a demolição do casarão.

Localizado no ponto central da cidade, era considerado como sendo o coração do atual município e durante muitos anos a sede ficou aboandonada. Aliás, foi a partir do loteamento de terras da fazenda pelos herdeiros de Napoleão Benedictis, que a cidade de Itupeva começou a se expandir com a construção de várias casas. (trecho do trabalho premiado de Marcos Mitsuo Yona, para o concurso "Resgate da Memória de Itupeva").

Houve um tempo em que Itupeva começava na estação ferroviária e terminava na Igreja Matriz. Há quem não saiba que, onde esta instalada a prefeitura, era a estação de trens. Fora desse aglomerado de casas, só havia outras construções nos sítios e fazendas ao redor do então bairro de Itupeva. Entre essas construções, a mais destacada era, sem dúvida, a sede da Fazenda São João da Via Sacra. Este era o antigo nome da propriedade da família Queiroz Telles, que abrangia toda a área onde cresceu a cidade.

O Casarão, como era conhecido, era a enorme residência dos antigos donos das terras e fora construído de taipas, ou seja, "pau-a-pique", cujas paredes tinham quase um metro de espessura.

Esse lugar infundia certo temos às crianças, pois contava-se que, durante à noite, ouvia-se o arrastar de correntes e que espirítos dos escravos vagavam por ali, atormentando a existência de seus antigos opressores. É verdade que o Casarão remonta à época da escravidão, quando a fazenda dedicava-se à plantação do café e a mão-de-obra escrava fazia a fortuna de seus senhores.

A senzala, nas imediações do Casarão, dera lugar ao moinho de fubá, depois da abolição dos escravos. Entretanto, podei-se encontrar ali peças de ferro, utensílios domésticos que tinham sido usados pelos cativos, assim como partes dos grilhões que os prendiam.

Conheci bem o Casarão. Desfrutei da amizade de seu último dono, o Pedrinho Napoleão, desde os tempos em que as terras começaram a ser vendidas, primeiramente para a Imobiliária São Vicente, depois para o Parque Amarilys.

O Casarão, embora ninguem possa precisar a data de sua construção, era a mais velha da região, pois uma de suas características é  que não tinha varanda, comum em todas as casas dos coronéis, donos das grandes fazendas de café.

De forma simples, tinha uma sala na frente que ocupava toda a largura do prédio. Um longo corredor levava à cozinha, do mesmo tamanho da sala. Esse corredor era ladeado por onze aposentos em cada ala, que seriam quartos, biblioteca, sala de armas etc.

Havia até uma pequena enfermaria num dos aposentos. No canto da sala principal erguia-se uma pequena capela com suas imagens sempre iluminadas por dezenas de velas, símbolo da devoção religiosa dos seus moradores.

O assoalho feito de grossas tábuas de madeira, davam aspecto mais sóbrio ainda a essa vivenda.

Resistiu o quanto pode. Nossas autoridades nunca se preocuparam em restaurá-lo para, assim, conservar o marco do nascimentos de Itupeva. Foi demolido e com ele um pouco de nossa história. Solução mais simples para os acomodados". (Horácio Augusto Cardoso).

 

Texto extraído do Livro Memórias de Itupeva - por Rogério Eduardo Pansonato. 

Elis Salles - Jundiaí - Itupeva
A palavra que me representa bem é empreendedora, atualmente estou administrando o Espaço Comercial Villa Medeiros com Salas Comerciais e Coworking e investindo no Refúgios no Interior de SP. Algumas atividades agregam minha trajetória profissional como empresária no mercado imobiliário durante 15 anos (2005-2020), Corretora de Imóveis (Creci f-68203), Avaliadora de Imóveis (Cnai 22634), escritora e consultora imobiliária.

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