Itupeva enquanto distrito de Jundiaí, com exceção do pequeno centro, era dividida em sítios, chácaras e grandes fazendas voltadas quase que exclusivamente para a agricultura, mantendo em algumas propriedades a criação de gado leiteiro.
Itupeva enquanto distrito de Jundiaí, com exceção do pequeno centro, era dividida em sítios, chácaras e grandes fazendas voltadas quase que exclusivamente para a agricultura, mantendo em algumas propriedades a criação de gado leiteiro.
Desde o início do século XX o café foi o carro chefe da produção agrícola. Porém, com a quebra da Bolsa de Nova York, no final de 1929, o café perdeu mercado, os preços despencaram, obrigando os produtores, principalmente os pequenos sitiantes, a optarem pela produção de uva de mesa, ou seja, uva niágara.
Foi por essa época, 1930, que a maioria das propriedades rurais passaram para as mãos dos imigrantes italianos, que de colonos, passaram a ser donos das terras.
É verdade que muitos desses imigrantes, antes dessa data, já tinham se tornado grandes proprietários de terras, assim como os Tonoli, que já possuíam as fazendas: Morro Alto, Monte Serrat, Engenho Deitado e Nova Era. Napoleão Benedicts era dono da fazenda São João da Via Sacra, e os Poli da fazenda Bonfim.
Desses imigrantes que se estabeleceram na agricultura da uva destacamos as famílias: Marchi, Tosi, Chinarelli, Gilli, Muraro, Betelli, Deboni, Lourençon, Tartalha, Gasparini, Pessini, Araldi, Simões, Polli, Stocco, Vanini, entre outras.
A fazenda Morro Alto, da família Tonoli, além de grande produtora de café, exercia uma liderança entre as propriedades dos antigos colonos italianos, pois operava extra-oficialmente como casa bancária, socorrendo os necessitados com empréstimos, dada a urgência de uma doença na família, por exemplo.
Basicamente, toda a alimentação dos sitiantes era produzida na própria terra. Porém, era nos armazéns que se adquiriam sal, fumo, açucar, roupas, querosene, que era o combustível das lamparinas, já que a energia elétrica ainda não havia chegado às propriedades rurais.
Também o ciclo de uva foi chegando ao fim. Primeiro a atividade já não era tão lucrativa. Geadas, granizo, a falta de chuvas, as incertezas do resultado, ou seja, da colheita, desmotivaram a agricultura. Depois, os filhos, que deveriam dar continuidade à obra, agora tinham a oportunidade de frequentar faculdades e foram perdendo o interesse pela lavoura. Por fim, a uva já não era privilégio somente da nossa região. A vinicultura se estendeu por todo o Estado de São Paulo, atingindo outras fronteiras, concorrendo com nossa produção.
Então algumas propriedades foram sendo vendidas. Umas transformaram-se em condomínios residenciais, outras simplesmente, em chácaras e sítios de lazer.
Primeiro foi o Guacuri, depois as fazendas Pinheiro, Ribeirão, Santa Eliza, Fazenda Monte Serrat e Fazenda Inhandjara.
Foto: Elisângela Salles