O sentimento mais difícil de ser superado é o da perda. Quando perdemos alguém, sentimos um vazio que não tem medida, uma sensação de impotência, de pesar, muito difícil de ser digerido. Quanto mais querido, mais dor.
O sentimento mais difícil de ser superado é o da perda. Quando perdemos alguém, sentimos um vazio que não tem medida, uma sensação de impotência, de pesar, muito difícil de ser digerido. Quanto mais querido, mais dor.
A vida nos oferece emoções e sentimentos muito bons, de alegria, de paz, de gratidão e tantos outros, porém, há também os sentimentos duros, que temos que acolher, olhar para ele e ver como podemos superar sem sofrer tanto. A perda considero o pior deles. A vida, diante de uma notícia ruim, parece nos tirar o chão. Vem uma sensação de inconformismo, a cabeça roda em busca de explicações, sentimos dor, procuramos razões e custamos a crer que estamos passando por aquela situação.
A morte, a mais definitiva perda, nos remete a um estado de tristeza que parece não ter fim. Poder superar a perda de um filho, exige muita coragem, muita força interior e a compreensão de que a única coisa certa nessa vida, é a morte. Mesmo assim, a morte parece incompreendida, cruel e até mesmo um pesadelo, algo que não poderia acontecer.
Dependendo da religião da pessoa que sofre a perda, a compreensão da morte fica mais branda ou mais difícil. De qualquer maneira, dói muito. Entendo que cada um de nós tem sua missão aqui na terra e quando chega a hora, não tem como escapar.
Para aceitar melhor a morte é preciso viver bem a vida. Viver bem, no meu entender, é também poder se relacionar com as pessoas importantes para nós, da melhor forma possível, sem deixar para amanhã alguma palavra ou decisão que possa ser dita ou tomada hoje. Aceitar a morte de alguém querido, é poder e precisar tomar certa distância, mesmo que mínima, para não morrer junto, emocionalmente. É poder entender que sua missão se encerrou e que devemos continuar vivendo da melhor forma possível.
Aceitar a nossa própria morte, já é outra questão, não menos dura, porém um outro enfrentamento. É também uma perda, para nós mesmos, porém, vista de um outro ângulo. De forma geral, desde que nascemos buscamos o melhor caminho a seguir. Buscamos a felicidade, o tempo todo. Sabemos que um dia vamos morrer, mas torcemos para que esse dia demore bastante. Diante de uma doença grave, da consciência da própria morte chegando, perdemos tudo, não só uma pessoa, mas tudo. Deve ser uma sensação de impotência tremenda, para uns menos que para outros.
A perda pode também ser um sentimento que se tem quando se desmancha um namoro, um casamento, quando se perde um amor. O sentimento “perda” vai desde a sensação de ter perdido o trem, até ter perdido um ente querido, importante. São graus de sentimentos que temos de aceitar. Perder o trem, pega-se outro, mesmo que as conseqüências do atraso não sejam agradáveis, mas é vida. Agora, perder alguém...
Por isso, cada minuto é importante e devemos valorizar o tempo que temos, principalmente se estamos saudáveis e em condições de sermos felizes. Nos aborrecemos por tão pouca coisa... Nos indispomos com as pessoas, por tão pouco! Esquecemos de viver, agindo assim.
Entretanto, pior é aquele que não sofre diante da morte de alguém querido. Nega. Não consegue entrar em contato com a importância para ele, daquele momento. E assim, segue varrendo a poeira para debaixo do tapete, sem perceber, dando mil explicações a si mesmo e não sabe que, provavelmente, alí na frente vai acabar tropeçando na montanha formada sob o tapete. Este sim, passou pela vida e não viveu, pois viver significa enfrentar o que tiver que ser, seja bom ou ruim. Quem disse que a vida tem que ser boa o tempo todo? Claro que queremos isso, mas precisamos saber que momentos ruins também fazem parte da vida e devemos saber olhar para eles.
Beatriz Aratangy Berger
Psicóloga Clínica
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